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Conteúdo de   Matérias :: Saiba como agregar sabor e saúde às suas receitas

Os temperos do bem

Por Camila da Rosa Severo Fotos Tiago da Rosa/GES

11/03/2016     15h34

Sal do Himalaia, calda de agave, açúcar de coco, gengibre e açafrão-da-terra... O que estes temperos têm em comum? Além de darem um sabor extra às receitas, são repletos de benefícios. E para saber mais sobre eles, fomos até o Espaço Tibet, em Três Coroas. Primeiro restaurante tibetano do Brasil, o local é conhecido por priorizar a saúde em seus
pratos. Como? Usando ingredientes que fazem a diferença! Também não há restrições por lá e todos são bem-vindos, já que os proprietários fazem questão de oferecer pratos que atendam diabéticos, veganos, vegetarianos, intolerantes ao leite, ao glúten... “O bom é que quanto mais há consumo, mais o preço baixa. Há um ano, o açúcar de coco custava R$ 150 o quilo a granel. Agora encontramos a R$ 50. Já o sal do Himalaia era cerca de R$ 70 e a última vez eu paguei R$ 28”, conta Adriana Shak, dando uma dica: “muitos destes temperos vocês encontram nas lojas especializadas em produtos naturais e até em hipermercados. Gosto muito de ir ao Mercado Público de Porto Alegre e, em Gramado, na
Banca do Rudão’’, indica.
1 - Sal do Himalaia
O sal do Himalaia é um dos que tem menos sódio no mercado. Entre os benefícios, contribui para a saúde vascular, auxilia em funções respiratórias, reduz a pressão arterial e
os sinais de envelhecimento, melhora a circulação e desintoxica o organismo de metais pesados. Também se acredita que ele promova padrões de sono saudável, previna cãibras musculares e fortaleça os tecidos ósseos.
2 - Açafrão-da-terra (cúrcuma ou açafrão da índia)
A cor viva não é o grande atrativo desta raiz da família do gengibre, e sim seus benefícios à saúde. Rico em minerais e vitaminas, o açafrão auxilia na memória, à combater gripes e resfriados, à controlar a pressão arterial e para amenizar os sintomas da Tenção Pré-Mestrual (TPM). Além disso, estudos o apontam como bom combatente do mosquito aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya.
3 - Gengibre
Além de saborosa, esta raiz é cheia de benefícios: auxilia na redução de enjoos, dores e inflamações, alivia a azia e ajuda contra gripes e resfriados. Além disso, por ser um ativador natural do metabolismo, o gengibre auxilia em dietas. Como consumir? Ralado ou cortado em pequenos pedaços, pode ser acrescentado em diferentes receitas, assim como no chimarrão, onde deixa um gostinho bem peculiar.
4 - Açúcar de coco e calda de agave
A calda de agave é proveniente de um tipo de cactos da família da aloe vera. Já o açúcar de coco, como o próprio nome já diz, vem do coco e é repleta de vitaminas. Em comum, há inúmeras coisas entre eles como, por exemplo, o fato de muitos médicos indicarem a ingestão de ambos, de forma moderada, para diabéticos devido ao baixo índice glicêmico. Portanto, como ambos são ótimos substitutos naturais do açúcar, auxiliam nas dietas de emagrecimento, não drenam nossa energia como o açúcar branco e não sobrecarregam o pâncreas. Além disso, há vertentes que defendem que, justamente pelo baixo índice glicêmico, estes alimentos são poderosos na prevenção do câncer.
 
 
OGEN SHAK
Incentivado pelo pai, Ogen Shak e dois irmãos mais novos saíram do Tibete rumo à Índia, a
fim de fugir da repressão chinesa (o Tibete foi invadido pela China comunista há 66 anos). Com apenas 12 anos, levou um mês para atravessar o Himalaia até chegar ao destino e ir direto para o hospital, onde acreditavam que teriam que amputar seus braços e pernas por consequência da gangrena ocorrida devido ao frio excessivo. Os irmãos foram para um abrigo. Mas Ogen resistiu, virou a página e iniciou uma nova vida. Hoje, com 38 anos, reflete: “foi muito difícil, passamos frio e fome, vi pessoas morrendo... Tínhamos que dormir durante o dia e caminhar à noite para não sermos vistos, senão seríamos mortos pelo exército chinês”, conta ele, que permaneceu na Índia por quase 20 anos e depois veio ao Brasil para coordenar a pintura de um templo tibetano em São Paulo. Por aqui já são oito anos, cinco deles no comando, junto com Adriana Shak, 43, do Espaço Tibet.
Como você define a comida no Tibete?
Uma comida simples, com bastante proteína, principalmente animal, em função do clima
muito frio e da altitude elevada que dificultam o cultivo de grãos e plantas. Mas é importante lembrar que após a invasão da China no Tibete e a evasão de vários tibetanos para outros países em busca de liberdade, a culinária tibetana sofreu várias influências de outras culturas.
Os cuidados com a alimentação saudável estão sempre presentes?
A medicina tibetana usa muito a alimentação como principal tratamento para as doenças ou fragilidades físicas. Por exemplo, as mulheres tibetanas grávidas ou com bebês recém nascidos, costumam comer bastante caldo de carne e proteína animal, bem como farinha de cevada para repor os nutrientes perdidos na gestação e repor a energia.
Que costumes tibetanos seguem contigo?
Os tibetanos são um povo simples, bastante brincalhão, comunicativo e trabalhador, gostam de cantar e se divertir por entendem que nada dura para sempre, incluindo nós mesmos e aqueles que mais amamos. Isso nos faz dar mais valor a vida, a nós mesmos e aos que nos rodeiam.
Você usa manteiga em vez de óleo? Por quê?
Não costumamos fritar os alimentos, mas “flambar”. Os tibetanos costumavam utilizar bastante manteiga que era o tipo de gordura que dispunham. Procuro manter esta tradição, pois a manteiga além de ter menos aditivos químicos que a soja, realça o sabor dos alimentos.

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